Uma história de lutas, transformação e sobrevivência
O
trabalho missionário evangélico entre os povos indígenas já passou por
diversas fases na história da evangelização brasileira. Os povos
nordestinos, contudo, são um capítulo à parte. Por muito tempo
considerados menos indígenas pelos segmentos evangélicos e até mesmo
pelas agências missionárias, eles têm sido vistos e ouvidos de outra
forma nos últimos tempos. São povos que estão buscando sua reunificação,
a reconstrução de suas identidades étnicas, políticas, e seu
reconhecimento como nação. São chamados por alguns segmentos de povos
“ressurgentes”.
Ao
contrário do que diz o senso comum, estes grupos não são “sem cultura e
sem língua”, mas exibem uma cultura em plena reconstrução a partir de
valores antigos resgatados, transformados, e do acréscimo de outros
valores, sejam de outras culturas indígenas, de negros escravos
introduzidos na região durante a colonização, e da sociedade envolvente.
Este quadro configura um desafio ainda maior para a comunicação
intercultural e para a apresentação dos valores do Evangelho de forma
consistente, compreensível e relevante, já que produz um grau de
aculturação e consequente complexidade social e religiosa extremamente
avançado.
No
dia 26 de outubro de 2012, aconteceu na sede da JUVEP, em Cabedelo-PB, a
primeira consulta interagencial e interdenominacional sobre o trabalho
missionário entre os povos indígenas do nordeste. Estiveram presentes
representantes de seis agências missionárias que atuam na área além de
pastores de Igrejas da região interessadas neste ministério. O encontro
foi liderado pelo Missionário Pr. Ronaldo Lidório.
Esta
consulta, de caráter inicial, objetivou dar partida a um movimento para
maior entendimento das realidades indígenas nordestinas e um crescente
entrosamento entre as agências, igrejas e obreiros envolvidos na
evangelização dos povos indígenas na região. Graças à importante
contribuição dos irmãos que trabalham ou trabalharam na região, os dados
referentes às 57 etnias listadas no Banco de Dados do DAI-AMTB foram
conferidos e as correções foram feitas visando uma informação mais
realística e coerente acerca da situação demográfica e social destes
povos. Destacou-se ainda um bom número de etnias sobre as quais pouco ou
nada se sabe.
Dela
também nasceu uma aliança de agências, igrejas e obreiros visando maior
aproveitamento de recursos e melhores resultados de ministério, a AEPIN
– Aliança Evangélica Pró-indígenas do Nordeste, com o compromisso de
orar e trabalhar para que os povos indígenas do Nordeste ouçam o
evangelho de Jesus Cristo e igrejas sejam plantadas entre eles.
São, ainda, Objetivos da Aliança:
-
Fomentar a pesquisa entre os povos indígenas do Nordeste.
-
Ampliar a mobilização da Igreja Brasileira em relação aos grupos pouco ou não evangelizados nesta região.
-
Colaborar com treinamento missionário complementar visando este objetivo.
-
Promover a relação e comunhão entre agências, pessoas e igrejas que atuam entre estes povos.
Finalmente, o Missionário Ronaldo Lidório fez a seguinte colocação:
“Impactos
evangelísticos asseguram o conhecimento do evangelho por poucos anos
enquanto o plantio de igrejas saudáveis e bíblicas perpetua o evangelho
em uma região por várias gerações. É necessário, portanto, focar em
plantio de igrejas e não apenas evangelização.”
Foi
com o objetivo de plantar a Igreja de Jesus somando esforços
missionários para alcançar estes povos tão sofridos e por tanto tempo
negligenciados, até mesmo pela Igreja Evangélica Brasileira, que nasceu a
AEPIN. Você pode participar orando pela aliança, pelas Agencias
Missionárias e Igrejas envolvidas e pelos missionários/pesquisadores que
estarão desenvolvendo este esforço. Você pode ainda se envolver e/ou
envolver a sua Igreja este objetivo entrando em contato conosco pelo
endereço indigenas.nordeste@gmail.com.
Missionário Carlos Carvalho – MNTB/AEPIN
Fonte:http://www.novastribosdobrasil.org.br