Martinho Lutero discordava que a tradição
da igreja pudesse estar acima ou até mesmo equiparada com a autoridade
das Escrituras. Em sua tese de número 54, o reformador reclamava que a
Palavra de Deus recebia menor tempo que a divulgação das indulgências no
mesmo sermão[1].
Para ele a Bíblia Sagrada era determinante para a formulação de toda e
qualquer doutrina cristã. A começar por esta ideia, a Reforma
desenvolveu o princípio teológico da “sola scriptura” (somente a Escritura). O reformador na Suíça, Ulrico Zwínglio (1484-1531) ensinava que “além da Bíblia, a igreja não tem outra autoridade”[2].
Os demais reformadores seguiram nesta direção. O reformador holandês
Jacó Armínio (1560-1609) escreveu e ensinou que as Escrituras:
“merecem
obediência, pela credibilidade conferida a elas, quando ordena ou
proíbe alguma coisa [...] A autoridade de qualquer palavra ou texto
depende de seu autor [...] Deus é de infalível veracidade [...] Ele é o
autor das Escrituras, a autoridade delas depende total e exclusivamente
dEle” [3].
Esta concepção não é diferente na
doutrina adotada pelo pentecostalismo. Já na abertura do “cremos” das
Assembleias de Deus, o ponto um declara ser a “Bíblia Sagrada a única
regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão”[4].
Por sua vez a “Declaração de Fé” acrescenta que “a inspiração da Bíblia
é especial e única, não existindo um livro mais inspirado e outro menos
inspirado”[5] apresenta ainda as Escrituras como sendo “a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus que não pode ser anulada”[6] (Jo
10.35). Deste modo toda a experiência pentecostal deve passar pelo
crivo das Escrituras Sagradas. Adota-se, portanto, como fundamento que a
“Bíblia deve ser a primeira e a última palavra para qualquer declaração
de fé”[7].
Reflita nisto!
Douglas Roberto de Almeida Baptista
FONTE :http://www.cpadnews.com.br/blog/douglasbaptista/o-cristao-e-o-mundo/150/as-escrituras-sagradas-e-o-credo-assembleiano.html