Projeto Índia: Viagem ao Himalaia



Cada viagem, cada experiência que vivemos, independentemente do lugar onde estivemos, é única. Mas às vezes, em algumas circunstâncias, as experiências se tornam extraordinárias, e totalmente inesquecíveis.
Foi exatamente isso que aconteceu nessa segunda viagem que fizemos à Índia. Uma viagem cercada de emoções, surpresas e muito misticismo. Como muitos sabem, visitar a Índia é entrar em um mundo paralelo, onde realidades se transformam em sonhos e sonhos se tornam reais a cada instante, a cada passo dado nas movimentadas cidades ou até mesmo em vilarejos.
Nossa primeira viagem à Índia, há dois anos, foi mais uma viagem de curiosidades exatamente igual à de todos que vão pela primeira vez a algum lugar. Tudo era incrível, tudo novidades e exótico, tudo nos dava motivos para não guardar minha câmera fotográfica e minha filmadora; não conseguiria contar as centenas de vezes que guardava-a e tirava-a da bolsa.
Você pode até perguntar o porquê disso, e eu posso responder sem me esforçar: cada olhar, cada gesto, cada cena que se vive nas ruas são únicas, mesmo estando nas grandes cidades como Bangalouru, Nova Deli, Calcutá, etc. Macacos por todos os lados tentando roubar comida e invadindo as estações de trem, que são super movimentadas. Pessoas urinando e fazendo suas necessidades em qualquer lugar, nas calçadas e ruas, na frente de todo mundo. Vacas entrando, saindo e circulando nas mais movimentadas avenidas das grandes cidades. E o mais interessante é que ninguém as espanta, e sim se aproximam e as tocam e fazem sinais de reverência; literalmente as adoram.
Quando se pensa que já se viu o cúmulo do absurdo, você vê homens imaginando serem macacos, adeptos da seita Hanumam, o deus macaco do hinduísmo. A esse deus macaco fazem extremos sacrifícios. Estou tentando resumir aqui tudo o que vivi nesse país extremamente espiritualista, onde tudo é deus.
Às vezes, quando me pego pensando ou em alguma palestra que dou sobre missões transcultural, eu mesmo chego a pensar se não estou exagerando. Mas quando me lembro como se fosse há cinco minutos atrás de ver milhares de ratos sendo alimentados pelos moradores ou pelos sadus (homens santos), com leite fresco, e as sobras desse leite eles o tomam acreditando receberem algum tipo de poder, vejo a diferença entra aquilo que pensamos ser verdadeiro ou ilusão. As crianças nadam no meio de cadáveres no rio Ganges e passam fome enquanto ratos bebem leite no templo de Karni.
Já que mencionei o Rio Ganges, não custa nada falar um pouquinho sobre a velha cidade de Veranasi. Uma antiga cidade, também conhecida como Benares, tem mais de dois mil anos de história e é reverenciada como uma cidade sagrada. Segundo os hindus, Varanasi foi fundada por Shiva, deus da transformação, o que faz do lugar um importante centro de peregrinação, visitado por milhares de fiéis anualmente.
Mas Varanasi não é sagrada apenas para os hindus, os budistas também cultuam a cidade, porque foi em Sarnath, a 13 km de Varanasi, que Buda realizou seu primeiro sermão logo após atingir a iluminação. Varanasi fica no estado de Uttar Pradesh, no nordeste da Índia, e ganhou esse nome por ficar entre os rios Varuna e Asi, que correm para o sul e norte da cidade.
A principal atração de Varanasi são os ghats, escadarias de pedra construídas na margem do rio, onde as pessoas tomam banho e fazem os pujas, rituais de adoração. Nos ghats também acontece a cremação dos mortos, porque os hindus consideram os rios altamente sagrados. O melhor momento para conhecer os ghats é no começo da manhã, quando o sol ainda está chegando, e traz junto os vários hindus que vão se banhar e fazer seus rituais no Ganges, o rio mais sagrado da Índia. Os hindus chamam o Ganges de Ganga Ma, porque ele é como uma mãe que purifica o corpo e a alma dos homens.
Bom, já que falei o lindo de Varanasi e sobre a história do Ganges, não posso deixar de mencionar o outro lado da história.
O Ganges é um dos mais poluídos rios do mundo. A partir da década de 80 passaram a despejar ali seus dejetos químicos sem nenhum tratamento, somados aos dejetos humanos e todo o tipo de lixo doméstico. Tornou-se, então, morto e tóxico. Os seguidores do Hinduísmo (mais de 80% da população indiana) acreditam que banhar-se em suas águas é sinal de purificação dos pecados. E talvez esta seja a diferença entre o que acontece na Índia e em outros países.
São jogados no rio 89 milhões de litros de esgoto todos os dias. Diariamente, dois milhões de pessoas banham-se no rio em busca dessa purificação. Porém, banhar-se, em si, não é o único problema. Há os que acabam fazendo coisas terríveis em nome de sua fé. É comum ver corpos humanos e de animais boiando ao longo do rio. Os adultos são queimados em uma fogueira e então têm suas cinzas jogadas no rio sagrado. Já as crianças (e grávidas), consideradas puras, têm pedras amarradas aos pés e então são lançadas no meio do rio. Não obstante, animais como vaca – símbolo sagrado – também têm o mesmo destino. Assim, convivem os corpos fétidos (humanos e animais), as cinzas de mortos, os pescadores, as pessoas que lavam roupa. Não sei se posso dizer que tivemos o prazer ou o desprazer de alugar um pequeno bote e navegar nessas águas.
Alem do cheiro insuportável de carne humana podre, a fumaça das enormes fogueiras que queimam diariamente corpos humanos deixam os olhos ardendo o tempo todo. A água é tão suja que você olha para ela durante uns minutos e vê perfeitamente que ela borbulha como se estivesse fervendo devido a tantos cadáveres em estado de decomposição que são ali jogados diariamente. Por todos os lados que se olha é exatamente isso que se vê, cadáveres boiando e corvos comendo suas carnes.
Acho que deu mais ou menos para você entender onde exatamente estávamos, e a luta espiritual a qual enfrentávamos. Bom, na verdade eu estava tentando fazer você reviver os momentos que vivemos ali durante nossa primeira viagem, digamos assim, de exploração. Participamos de uma pequena reunião cristã em um pequeno vilarejo onde mantemos alguns missionários. Mesmo que tenha sido meio “escondidos” pelo fato dos missionários ou pastores correrem o risco de serem espancados e mortos devido a sua fé em Cristo.
Tentei resumir ao máximo possível nossa primeira viagem e nossa primeira experiência nesse tão exótico e místico país hindu. Depois desses dias, dois anos se passaram e mais uma vez fomos convidados pelo nosso missionário Pr. Edilson Renzetti para retornarmos, porém com uma nova missão: conhecer outras comunidades, outras culturas, e no mesmo país! Lembrando que a população da Índia é de 1,2 bilhão de habitantes e tem mais de 1.600 idiomas ou dialetos. A origem exata da maior parte do povo indiano é impossível de ser determinada por conta da grande variedade de raças e culturas que invadiram e foram assimiladas no subcontinente. Aproximadamente 7% do total da população pertence a mais de 300 tribos catalogadas.
A maior parte dos povos indianos não tribais tem características caucásicas e mostram uma considerável variação na cor da pele. Entre as tribos das montanhas setentrionais há características mongóis, como no caso dos nagas; e entre os grupos tribais como os santal, de Bengala ocidental, há características australoides. E é exatamente por tudo isso e muito mais ainda que a Índia é a segunda maior população do mundo. E, sendo assim, fica mais fácil explicar como conhecer novos povos e novas culturas no mesmo lugar.
Pr. Edilson havia preparado uma viagem surpreendente para nossa equipe. Quando ainda em Bagalouru, em sua casa, enquanto preparava nossos equipamentos para a viagem, ele nos falava sobre o itinerário e suas emoções. Enquanto ainda estávamos a bordo da camionete do missionário, além de trocarmos ideias de como seria nossa rota, sentimos que o Espírito Santo nos tocava muito profundamente e nos tranquilizava a respeito das preocupações e perigos que enfrentaríamos.
Lembro-me que, a partir dali, tomamos o primeiro voo em direção a Calcutá, depois uma infinidade de pequenos outros aeroportos para chegar até Goahti onde, por fim, tomaria um ônibus para realmente iniciar nossa viagem em direção ao Himalaia. Quando chegamos à rodoviária, foi uma verdadeira maratona para descobrir qual seria o ônibus que tomaríamos, e quando o encontramos nos surpreendemos pelo fato de ser um velho TATA, uma marca de veículo indiana, um ônibus muito velho, de carroceria de madeira. O pior foi quando entramos: os bancos eram rasgados e velhos, e um cheiro de incenso que entranhava na pele e nas roupas. Mas isso não seria nada em relação à quantidade de horas que passaríamos a bordo do mesmo. Foi mais de 17 horas dentro desse ônibus que, de vez em quando, parava no meio do nada para as pessoas descerem e fazerem suas necessidades. E quando não, parava em alguns vilarejos cheios de vacas deitadas no meio da rua para as pessoas comprarem tabaco e uma folha verde que eles mastigavam o tempo todo.
Quando estava amanhecendo o dia e podíamos então ver alguma coisa do lado de fora, paramos em uma vila muito pequena chamada Itanagar, descemos um pouco do velho ônibus para esticar as pernas e parece que voltamos no tempo. Tudo o que se via naquela pequena vila era incrível, parecia que havíamos voltado uns trezentos anos no tempo. Era exatamente ali que desceríamos e esperaríamos umas documentações para poder seguir viagem. O rev. Diniz nos levou a um pequeno hotel que parecia mais um monastério. Na verdade, o que nos interessava mais era tomar um banho e tirar aquele cheiro horrível que pegamos do ônibus. Enquanto nos dividimos para poder tomar esse banho, o rev. Diniz foi a algum lugar com nossos passaportes para conseguir um visto especial para que pudéssemos entrar em Urunachao Pradesh, um estado indiano que está em conflito há muito anos com a China. E por estarem em conflito era preciso um segundo visto de entrada. E essa era a rota do nosso início de subida nas cadeias montanhosas do Himalaia.
Ficamos mais ou menos umas cinco horas no velho hotel, tomamos chá e comemos ovos mexidos com um tipo de torta feita apenas com farinha de trigo e frita em muito azeite. Nesse meio tempo locamos dois Jipes grandes e velhos para levar todas nossas bagagens, que eram resumidas em muitos medicamentos e equipamentos cinematográficos. De repente o rev. Diniz volta com um sorriso enorme, dizendo que havia conseguido todos os vistos para nosso acesso às sombras do Himalaia.
Iniciamos ali, então, nossa viagem entre as montanhas mais lindas que já vi em toda a minha vida. Muita chuva, mas o velho Jeep aguentava cada quilômetro daquelas estreitas estradas que nos levavam em direção a um grande sonho. De repente a euforia e curiosidade foram sendo transformadas em canseira e sono. Entramos na noite e nada de chegar; o motorista mascando seu tabaco e ouvindo músicas indianas em um volume muito auto, não dava sequer um sorriso, apenas dirigia e dirigia. Durante a madrugada, enfrentamos uma tempestade muito forte, havia momento que tinha tanta água no caminho que parecia que não conseguiríamos continuar viagem. Devido a muitos buracos na estrada um dos pneus não aguentou e estourou. Foi ai que todos aproveitaram para descer um pouquinho para esticar as pernas, mesmo que chovendo muito.
Assim seguiu a viagem. Durante todo o dia seguinte parávamos apenas cinco minutos entre aquelas montanhas fantásticas para relaxar, e depois seguir e seguir. Parecia interminável aquela estrada no meio das montanhas. Escureceu de novo e ali estamos nós sentados, sem mais assunto, quando a 4.750 metros de altitude paramos ao lado de uma cachoeira lindíssima para almoçar em um tipo de parada obrigatória para os viajantes indianos e chineses. Nosso almoço foi um tipo de miojo, um macarrãozinho com muita pimenta, comida típica local.
Até ali já havíamos viajado em torno de 25 horas, descansamos talvez uma hora e retornamos ao nosso caminho até chegar a Menxuca quase à uma hora da manhã. Na nossa chegada chovia demais, mas, mesmo assim, havia um grupo de irmãos chineses nos esperando com comida quente e água. Molhados, entramos em uma pequena casa de madeira sem nenhum tipo de móveis e nos sentamos no chão após lavarmos as mãos para jantar.
Que fantástico! Foi ali que realmente percebemos que estávamos muito longe de casa. Para chegar até ali foram seis dias de viagem, dormindo apenas uma noite. Claro que o cansaço era grandíssimo e a vontade de comer uma comida de verdade nem se fala. Todos nós sentados no chão de pernas cruzadas recebemos uma pequena cuia ou um pequeno prato fundo com miojo. Assim que terminamos de comer aquele macarrãozinho, nos serviram uma bola de arroz, sem sal, sem azeite e sem nenhum tempero e sem colher. Ao lado daquela pequena tijelinha colocaram algumas pimentas e copos com água quente. E enquanto nos preparávamos para comer aquela comida eles nos olhavam com aqueles olhinhos puxados e um sorriso gigantesco.
Para eles era algo sobrenatural nos receber em suas casas, afinal de contas éramos os únicos ocidentais que já apareceram por ali. Tínhamos que tomar cuidado quando comíamos para não usar a mão esquerda porque seria uma ofensa muito grande, segundo a cultura daquele lugar. Ainda bem que tínhamos comprado sacos de dormir, porque nos quartos que nos levaram para dormir não havia camas e nem colchão, eles dormem literalmente no chão. Abrimos nossos sacos de dormir e, literalmente, apagamos de tanta canseira e dor no corpo.
Assim que amanheceu nos esperavam com chá quente, batata cozida e macarrão, o que seria o nosso café da manha. A minha vontade era ver as ruas, as pessoas, saber como eram, queria pegar minhas câmeras e filmar, fotografar. Quando saímos, eu e Pr. Alexandre Bernardino ficamos maravilhados com a beleza da pequena vila chamada Menxuca: era algo lindíssimo, maravilhoso, cercada por montanhas e ladeada por rios maravilhosos. Diante de nós estava a pequena escola infantil de inglês que os Gideões Missionários da Última Hora mantêm. Do lado de fora dela um grupo de mais ou menos duzentas crianças uniformizadas com uma roupinha verde, como se fossem soldadinhos chineses, formados exatamente como soldados, sem mover um músculo. Nossa! Aquilo era demais. Estávamos entre o povo da janela 10x40, uma civilização de difícil penetração do evangelho, onde ele é totalmente proibido. Nossa equipe formada pelo missionário Edilson Renzetti, Pr. Alexandre Bernardino, miss. Linus, Dr.ª Marcia, prof. Jeson, duas enfermeiras e eu Pr. Ivandro Morim fomos, enfim, apresentados para os alunos e professores. Assim que fomos apresentados as crianças começaram a cantar músicas em seu dialeto, mas eram músicas tão lindas que, francamente, nos emocionamos muito.
Depois de Edilson falar alguma coisa e dizer que nós éramos brasileiros e éramos nós, os Gideões Missionários, que mantínhamos aquela escola, as crianças, em uma só voz, fizeram a oração do Pai Nosso de uma forma que eu jamais havia ouvido. Olha, tudo isso que escrevo aqui está registrado no DVD Nas sombras do Himalaia, entre as fronteiras da China e Índia. Então, se quiser ver e viver o que estou escrevendo, adquira esse projeto.
A partir dali nos envolvemos com os atendimentos médicos e dentários. O missionário Edilson se transformou em médico, Linus em enfermeiro, Marcia em dentista e as demais pessoas da equipe cada uma em uma função diferente. Creio que quase todo o vilarejo foi até nossa pequena escola, pois aquilo tudo que estava acontecendo era novidade, naquela vila não havia médicos, dentistas, enfermeiros e muito menos medicações gratuitas. Nunca, até aquele momento, havia aparecido um dentista ali, e muito menos que fazia tudo de graça. A notícia correu por toda região e a cada minuto ia chegando mais e mais pessoas para serem atendidas. Anoiteceu e havia muita gente ainda na espera. Ali era tudo improvisado, o gabinete dentário, o consultório médico e a distribuição dos remédios àqueles que já haviam sido consultados.
Como não havia energia no local, usamos vela, lampião, lanternas e tudo o que gerava um pouquinho de luz. Fomos obrigados a deixar mais da metade das pessoas para o outro dia. Creio que mais de quatrocentas pessoas foram atendidas e receberam medicamentos para vermes, antibióticos, remédios para pressão, diabetes, extração dentária e obturação, sem contar os curativos.
É claro que não poderíamos ficar apenas ali, tínhamos ainda muitas outras vilas para atender. Dois dias depois de nossa chegada partimos em direção a Likabali, outro vilarejo menor, que pertence à tribo de Galop, descendentes de mongóis e chineses. E para alegria de todo povo de Deus Brasil, a tribo inteira serve a Deus, todos são convertidos ao evangelho em um lugar onde o evangelho é proibido.
Quando falo em tribos, estou literalmente falando de tribos com todas as letras. Antes de começarmos os atendimentos médicos e odontológicos, fomos participar de um culto matinal na manhã de domingo na pequena igreja construída no meio da aldeia. Amados, sem nenhuma hipocrisia, antes de entrar na igreja tivemos que tirar nossos calçados. Quando estava dentro do pequeno templo eu vi tanta reverência, tanta submissão a Deus, que me senti um tanto envergonhado por estar ali filmando, mas eu tinha que fazê-lo. Era preciso mostrar para o mundo que em um lugar tão recluso e tão perigoso de anunciar o evangelho havia um pequeno grupo que não temia nada, que acabara transformando o medo em devoção e amor ao Senhor Jesus. Cantaram várias canções em seus idiomas e eu tive o privilégio de pregar a Palavra, ou seja, tentar definir-lhes como é o Cristo em que nós cremos no ocidente.
Durante todo o domingo foram muitas pessoas atendidas pela doutora Marcia e pelo missionário Edilson; na verdade creio que toda a vila foi atendida. E foi ali, nessa vila de Likabali, que o missionário Edilson fez um relatório bem explícito. São mais de mil atendimentos mensais que fazemos nas vilas e leprosários, distribuímos remédios, medimos a pressão e medicamos, fazemos todo tipo de curativos. E justamente por isso precisamos de mais verba, mais ajuda, precisamos comprar equipamentos médicos, aparelhos novos para medir a pressão, diabetes e tantas outras coisas pequenas, mas que nos fazem uma falta imensa.
Não medimos esforços para atender essas pessoas, e muito menos temos preconceitos. Nós descobrimos que através de nossas escolas de inglês estamos ganhando almas para Jesus Cristo, é a única forma que podemos evangelizar as crianças e até mesmo adultos. Na verdade, meus caros leitores, essas matérias missionárias que fazemos é para mostrar o que fazemos e tentar angariar fundos para continuar nosso trabalho de evangelização e obra social. No total nossa viagem foi de 20 dias, mas as emoções não acabaram no final. Foi exatamente no último dia de nossa estadia na Índia que fomos a um dos dois leprosários que mantemos mensalmente com alimentos e medicamentos. Ao chegar a um deles é claro que não podíamos ir de mãos abanando, vazias. Compramos sacas de arroz para levar, porque, além de lepras, eles sentem fome.
Nossa chegada foi muito chocante, eu pelo menos nunca havia convivido com leprosos e nem me relacionado com eles. E ali, naquele leprosário, havia setenta famílias nos aguardando para serem cuidados, amados e protegidos. Primeiro, realizamos um culto, enquanto parte da equipe preparava os equipamentos e as fichas de atendimentos. Quando realmente começou o atendimento, foi então que percebi o que era um leproso de verdade. Vi verdadeiras feridas abertas, a verdade explícita na minha frente, e onde realmente estão sendo investidas as ofertas que são mandadas mensalmente à Índia.
Quando vi dezenas de pessoas completamente indefesas dependendo pura e exclusivamente das ofertas dos GMUH, pude entender o porquê de tantas lágrimas do pastor Cesino Bernardino. Não apenas eu, mas meu companheiro de viagem Pr. Alexandre Bernardino também arregaçou as mangas e meteu as mãos naquelas feridas a fim de amenizar a dor daquele povo. Não posso deixar de louvar a Deus pela coragem de Edilson Renzetti, pelo desempenho missionário na Índia. Não posso deixar de falar em nome do Pr. Cesino Bernardino para que não deixem de cooperar com essa missão tão fantástica que os Gideões Missionários realizam em várias partes do mundo.
Caros leitores, mais uma vez repito: se por acaso houver dúvidas a respeito de tudo isso que escrevo, adquira o projeto em DVD, Nas sombras do Himalaia, e assista com calma cada detalhe que frisei. Estou seguro de que as imagens falarão muito mais que todas as minhas palavras.
Ivandro Morim

Fonte: G.U.H
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