Crianças começam a chorar durante a oração; fazem
perguntas difíceis sobre Deus e o sofrimento que enfrentam; ensinam seus
pais a lidarem com a guerra. Os obreiros que trabalham com crianças e
jovens nas igrejas da Síria precisam de muita sabedoria para continuar
sua atuação no país, onde, há mais de dois anos, a violência é uma
realidade diária. Débora*, uma obreira de crianças em Damasco, fala
sobre os desafios.
"Esperamos que as crianças cresçam como bons cristãos, espalhando a Palavra de Deus", compartilha Débora. "Infelizmente, devido a tudo que está ocorrendo no país, não podemos mais oferecer às crianças os acampamentos que costumávamos fazer. Os pais têm medo de deixar as crianças conosco em um acampamento. Preferem ficar próximos a seus filhos caso algo de ruim aconteça. Quando morrerem, querem morrer perto de seus filhos", explica ela.
Pedidos de oração
"Esperamos que as crianças cresçam como bons cristãos, espalhando a Palavra de Deus", compartilha Débora. "Infelizmente, devido a tudo que está ocorrendo no país, não podemos mais oferecer às crianças os acampamentos que costumávamos fazer. Os pais têm medo de deixar as crianças conosco em um acampamento. Preferem ficar próximos a seus filhos caso algo de ruim aconteça. Quando morrerem, querem morrer perto de seus filhos", explica ela.
A maioria dos cristãos sofre com o que
acontece na Síria. "Nós oramos e jejuamos por nosso país, até mesmo as
crianças de 3 a 5 anos fazem isso". Ela conta como os pais mudaram por
conta do testemunho de seus filhos. Débora conta: "Por causa de seus
filhos, os pais sentiram que tinham de confiar mais no Senhor. Eles
aprenderam como ter paz a partir das crianças".
A Igreja teve de se adaptar à situação
totalmente mudada na Síria. Até o início da revolta, em março de 2011,
que culminou em uma guerra civil, a Síria era um país onde a minoria
cristã vivia em paz e em liberdade. "No começo do conflito, fomos muito
afetados. Foi difícil. Mas, então, Deus nos deu uma nova visão. Nós
vimos que tudo isso não era à toa. Esperamos por um avivamento na Síria e
a Igreja irá desempenhar um grande papel nisso. As pessoas voltaram
para a igreja; as crianças vieram novamente para a escola dominical. O
número de fiéis dobrou", afirma Débora.
As crianças estão ávidas por voltarem às
atividades da igreja. "Uma criança insistiu em ir à escola dominical,
mesmo tendo havido explosões de bomba naquele dia. A mãe quis mantê-la
em casa. ‘Mas nada disso. Nem mesmo os bombardeios puderam impedi-la de
ir’, relatou a mãe. As crianças são muito ligadas às nossas atividades.
Elas são o futuro; a Síria mudará através delas. Podemos plantar uma
semente da Palavra nelas", revela Débora, entusiasmada.
Débora nos conta sobre o medo, com alguns
exemplos. "Nós aconselhamos aos pais das crianças que não assistissem
aos noticiários na televisão ou na internet com os pequenos. Todas as
notícias sobre assassinatos e sangue fazem-nos ter medo e os pais
transmitem isso às crianças".
Ela continua relatando sobre seu trabalho com
as crianças: "Vejo que as crianças mudaram. Hoje, elas oram de maneira
diferente. Muitas começam a chorar quando oramos. Fazem perguntas que
não podemos responder. Uma criança me perguntou: ‘Deus está conosco, não
devemos ter medo, você disse, mas meu pai morreu. Como pode acontecer
isso se Deus está conosco?’ Outro perguntou: ‘Deus está nos castigando?’
Você ouve as crianças falarem sobre outras coisas que não falavam
antes: elas falam sobre armas; conhecem todos os nomes de armas e
tanques. Agora, nós as ensinamos que Deus realmente está conosco, mas
isso não significa que nada poderá acontecer a elas ou a suas famílias.
Eu digo que haja o que houver, Deus tem um propósito, Deus sabe de todas
as coisas e tem o controle sobre elas. Também falamos sobre
perseguição", finaliza.
Pedidos de oração
- Ore pelas crianças da Síria, que perderam parentes ou mesmo seus pais na guerra civil.
- Interceda pelas crianças que perderam seus lares.
- Apresente ao Senhor as crianças que oram pelo país, para que elas possam ver a resposta de Deus às suas petições.
- Agradeça pelos obreiros que trabalham com crianças e jovens, como Débora, e que continuam a investir na nova geração.
Fonte: Portas abertas